Poema do Baloiço
Algures num baloiço observando o tempo,
temendo as intempéries, e em cada sonho.
Um vazio no horizonte, uma brisa doentia.
Nem o sol brilha da mesma profundidade,
nem as aves esvoaçam com a mesma luta,
nem o tempo passa, dum pesadelo surreal.
Sinto, que uma pressão, no ar que respiro,
me sufoca o pensamento, e não se liberta.
Da alma que se sente vazia, e tão sozinha,
das minhas palavras que imagino escrever.
Se o tempo, me deixar respirar, no meu eu
libertar-me-ei, dos delírios, que sonho ter.
Do vazio onde retiro os meus pensamentos,
falo sozinha, encho o coração de saudades
e sorrio para o tempo que faz à minha volta.
E se o tempo, não chegar a tempo de te ver,
certamente que te guardo no meu cantinho,
esperando que melhores dias nos chegarão.
Se encontrares um baloiço vazio, é o nosso,
aquele onde tantas vezes sonhamos os dois,
mesmo, que a solidão, fosse a companheira.
Cidália Ferreira
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