Soneto de Augusto dos Anjos
Soneto
Canta teu riso esplêndida Sonata,
E há, no teu riso de Anjos Encantados,
Como que um doce tilintar de prata
E a vibração de mil cristais quebrados.
Bendito o riso assim que se desata
- Citara suave dos Apaixonados,
sonorizando os Sonhos já passados,
sonorizando os Sonhos já passados,
Cantando sempre em trínula volata!
Aurora ideal dos dias meus risonhos,
Quando, húmido de beijos em ressábios
Teu riso desponta, despertando sonhos...
Ah! Num delirio de ventura louca,
Vai-se minha Alma toda nos teus beijos,
Ri-se o meu coração na tua boca!
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